Todos estamos sujeitos às adversidades, isso é indiscutível.
A reação ou a maneira como passamos pelas adversidades da vida é o que nos faz
mais ou menos resilientes. Em certo grau, somos todos resilientes, pois o ato
de viver, apesar da consciência de nossa finitude(morte), evidencia a forma mais básica e fundamental de Resiliência. Chegamos até aqui, enquanto espécie humana, graças a capacidade
de Resiliência dos nossos ancestrais que seguiram em frente, mesmo diante de inúmeras adversidades reais e imaginárias.
Então, podemos ser mais ou menos resilientes, ou seja,
podemos ser marcados negativamente ou positivamente pelas experiências adversas
da vida. Tudo dependerá da maneira como enfrentamos as adversidades, como somos
transformados por elas, revelando-se assim nossa capacidade de superação, e
como vamos organizar nossa percepção sobre essa experiência e integrá-la a
nossa subjetividade, fazendo com que nos impulsione a seguirmos em frente,
marcados e transformados por ela.
Entretanto, o incômodo nos apavora, faz com que queiramos
nos anestesiar. No entanto, quanto mais fugimos e evitamos a dor, mais nos
deparamos com ela. São somatizações, ansiedade generalizada, pensamentos
acelerados, pânico, depressão, entre outros quadros, tão comuns atualmente. Não
deixamos as situações difíceis nos transformar. Antes, nos apavoramos, nos
fechamos e buscamos evitar o contato, não com a situação, mas sim com nós
mesmos.
Não pensar, não falar ou evitar uma situação difícil não nos ajuda, ao contrário, nos enfraquece.
O desejo de se recuperar das adversidades pressupõem
considerá-las como parte da vida. Seria assim, uma forma de nos preparar para
aquilo que não podemos controlar e o qual estamos todos sujeitos. Estar
preparado não é exatamente saber o que fazer, mas sim, saber distinguir o
evitável do inevitável e não se abandonar diante das adversidades, mesmo que, em
algum momento, a vontade seja de recuar.